Mineiros exigem a reactivação em Aljustrel

<em>Eurozinc</em> atrasa a retoma

A multinacional canadiana está a atrasar o reinício da laboração nas Pirites Alentejanas, previsto para Junho, acusou o STIM/CGTP-IN, após uma reunião com o Governo.

Os lucros de Neves Corvo desmentem os argumentos da privatização

A acusação foi feita à saída do encontro com assessores do secretário de Estado-Adjunto da Indústria e da Inovação, em Lisboa, no dia 3, por Carlos Formoso, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira.
Lembrando que a Eurozinc lançou, no final de Maio, um ultimato ao STIM, alegando que a Agência Portuguesa de Investimento só avançaria com o financiamento do projecto se fosse assinado um acordo de princípio com os trabalhadores – que exigia «paz social» na mina e laboração contínua com turnos de 12 horas, que significaria 48 horas de trabalho por semana, ao contrário das 37 previstas na lei, o dirigente sindical revelou a resposta que obteve na reunião. Os responsáveis da secretaria de Estado informaram que o financiamento da API, de cerca de 30 milhões de euros, «está desbloqueado e não depende da assinatura de qualquer acordo de princípio». «Agora só falta reiniciar-se a laboração e dar início às admissões de pessoal porque o acordo entre a API e a empresa está pronto e faltam apenas as assinaturas, segundo nos confirmou a secretaria de Estado», afirmou o dirigente do STIM.
A Eurozinc deve ainda explicar o que significa a ausência de novas admissões nas Pirites Alentejanas. É que no quadro da empresa só restam 70 trabalhadores, dos quais apenas três ou quatro são mineiros, e a extracção não poderá ser retomada sem admitir mais pessoas.
É necessário igualmente resolver o problema do congelamento salarial, que persiste há vários anos, à espera da reabertura da mina, prometida em 1995 mas suspensa em 1996.

Sem controlo

O STIM alertou também o Governo para o facto de que, no complexo mineiro de Neves Corvo, a Somincor, alienada há ano e meio pelo Estado à Eurozinc, está a realizar a extracção sem qualquer controlo público. Desta forma, não é possível assegurar que a vida da mina não é encurtada e que a exploração dos filões não fica a meio, como já antes sucedeu, com a prática da «lavra gananciosa».
Para Carlos Formoso, os resultados positivos da mina de Neves Corvo – 55,2 milhões de euros no primeiro semestre deste ano – demonstram que, nas mãos do Estado, a mina poderia ser uma importante fonte de receitas para o País. «Assim se prova a contínua irresponsabilidade dos sucessivos governos, que teimaram em privatizar um sector com capacidade para produzir resultados positivos e criar postos de trabalho efectivos», acusou.
A situação leva os trabalhadores a temerem pelo futuro da mina. Carlos Formoso explicou que pode ser encontrado «um filão razoável, mas mais à frente descobrir-se um mais rentável», sendo necessário garantir que a empresa não dá prioridade ao segundo filão, porque «o que fica para trás nunca mais é recuperado».
Embora o Estado não esteja interessado em assumir a extracção, «ele tem por obrigação proteger as suas riquezas, tanto nas minas como em todos os recursos naturais do País».


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